O que pessoas negras podem ensinar sobre empreendedorismo, inovação e resiliência?
Talvez você tenha ouvido falar que o Brasil é o país “mais negro” fora da África, com 56% dos brasileiros, segundo o IBGE. O que provavelmente você não sabia, é que no último país da América a abolir a escravidão, estima-se que cerca de 51% dos 28 milhões de empresários e profissionais autônomos se declaram pretos e pardos, conforme dados levantados pelo SEBRAE.
Infelizmente, mesmo contabilizando milhões de CNPJs pretos, a vida do afroempreendedor no Brasil é extremamente desafiadora, pois neste cenário, o empreendedorismo negro ainda é uma escolha mais atrelada a sobrevivência do que a vocação.
Por exemplo, de acordo com pesquisa realizada pela PRETAHUB, apenas 21% de pessoas pretas a frente de negócios possuem CNPJ e é exatamente aí que o ponto de partida faz toda a diferença.
Esse texto é um convite para ir além da romantização do “empreendedorismo”, afim de enxergar os desníveis que atravessam uma negritude empreendedora em sua maioria informal, à margem do sistema e com rendimentos restritos apenas a sobrevivência.
Uma população historicamente discriminada, que enfrenta situações de racismo até mesmo para ter acesso a crédito e regularização de seus próprios negócios. E apesar dessa triste realidade, segue resistindo, afinal na história dessa nação, mulheres pretas já empreendiam como ferramenta de libertação dos escravizados (spoiler de conteúdos futuros).
E é inspirada nesse legado ancestral que a afroempreendedora Thayná Desyree criou a DEMIDIAS, uma agência de marketing digital que valoriza recortes sociais e acredita num futuro em que o empreendedorismo seja inclusivo e com a possibilidades de sucesso financeiro para todas as pessoas. Trazendo como propósito, o empreendedorismo enquanto oportunidade de ascensão e ferramenta de transformação na estrutura social, por meio da educação, equidade e inclusão.
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